sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O lamentável caso Eloá...

É evidente que o acontecido na periferia de Santo André, região do grande ABC em São Paulo, não é apenas um resultado trágico de um indivíduo (homem) que mata sua namorada / amante / esposa por razão de ciúmes. A meu entender, trata-se de um complexo vício cultural brasileiro, um feminicídio patriarcado, o qual rebaixa as mulheres e expõe à sociedade - a qual não discute por este prisma - a dominação masculina sobre a mulher, sob a alegação da defesa da honra e orgulho, embasado na virilidade intocável.

Por conseguinte, igualmente manifesto, é o fato desse crimes ocorrerem "a torto e a direito" no Brasil, em todas as regiões e cantos mais obscuros. No entanto, a mídia, salvo algumas exceções, escolhe seus potenciais frutos de audiência e os qualifica como capítulo final de folhetim barato, imperdíveis, sensacionais. Para Laura Segato, acadêmica respeitadíssima da mais política universidade do Brasil (UNB), centrada às pesquisas relacionadas às ciências antropológicas, é necessário retirar o crime contra as mulheres da categoria de homicídio, classificando-os à ordem de feminicídios e, ao mesmo tempo, utilizar os meios de comunicação para desarquitetar esta prática desprezível e machista que ocorre nos sinuosos meandros brasileiros.

É preciso que nos mobilizemos e passemos à desconstrução dos valores patriarcais que persistem no imaginário social do mundo desigual!

Nenhum comentário: