sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mais bocas e menos comida

Segundo a PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), pela razão da combinação de fatores relacionados às mudanças climáticas, à degradação gradativa do solo e a escassez de água potável no mundo, a produção de alimentos no mundo poderá cair até 25% em 40 anos, enquanto, paradoxalmente, a população do planeta tem potencial para acumular mais 2 (dois) bilhões de pessoas.

O relatório aponta que a produção mundial de cereais permanece estagnada e a de pescados tem diminuído progressivamente. Se não bastasse, os aumentos nos preços dos alimentos, verificados em 2008, foram suficientes para lançar mais de 110 (cento e dez) milhões de humanos na linha da miséria. E, para piorar, o estudo alerta para a possível elevação dos preços de 30% a 50% nas próximas décadas, quando a população mundial poderá beirar a casa dos 9 (nove) milhões de habitantes.

Contudo, uma notícia animadora, apesar da constatação da irresponsabilidade e negligência: metade da comida produzida no mundo é desperdiçada, em razão da ineficiência de políticas públicas capazes de conscientizar a população, a qual, igualmente, também tem culpa.

“Precisamos lidar não apenas com a forma como o mundo produz alimentos, mas também com o modo como eles são distribuídos, vendidos e consumidos. Há evidência no relatório de que o mundo poderia alimentar todo o crescimento populacional projetado apenas se tornando mais eficiente, o que também garantiria a sobrevivência de animais, pássaros e peixes”, disse um porta voz.

O mundo capitalista instituiu o pensamento particular, a idéia do lucro, mas de distribuição ineficaz. Não há meio de romper com tais articulações, estruturas econômicas bastantes sedimentadas que privilegiam grandes nomes, oligarquias, empresas, corporações e favorecem, dão combustível às politicagens e tráficos de influências tão conhecidos, discutidos e, no entanto, invencíveis. Dentro das bases estabelecidas, talvez a redução dos commodityes facilitassem a possibilidade de melhor distribuição desses alimentos. Ou até, quem sabe, a criação de estoques, os quais poderiam ser úteis em momentos agudos.

Quanto às estratégias para se evitar uma grave crise alimentar, desconheço-as. Só vou na onda de especialistas de cunho humano, social. Porém, tenho certeza de que tal crise vai chegar e triunfar, inevitavelmente, sobre os mais pobres!

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