sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Em Gaza...




Após 14 dias de ataques incessantes sobre o território palestino, Israel e o grupo radical islâmico Hamas recusaram a resolução proposta pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para um cessar fogo na região. A proposta foi articulada pelo Reino Unido, com a colaboração da França e outros países árabes.

Enquanto os judeus argumentam que terceiros jamais determinarão seus direitos de defesa de suas cidadanias e que o exército continuará sua operação com o propósito de defesa da população israelense, os radicais do Hamas alegam que a resolução do Conselho não considera o interesse palestino. Contudo, tais líderes não consideram o elevado número de mortes de civis. Até o momento, 760 palestinos perderam o direito de viver.

Não acho que os judeus, agora no ataque, são nazistas, como muitos andam escrevendo por aí, até porque, tal afirmação, equivocadamente, minimizaria a conduta nazista e maximizaria o comportamento israelense. Fica claro também que tal conflito religioso ocorre em detrimento da criação do Estado judeu em 1948, pela ONU, depois do fim do holocausto, como uma retaliação à população que fora estraçalhada. Não obstante, a partilha do espaço até então palestino, evidentemente, não agradou a população árabe e, de lá para cá, vários conflitos acerca desta questão foram travados: em 1967, Israel ocupa Gaza; ataque árabe sobre Israel no dia de “Yom Kippur”, em 1973; surgimento do Hamas, em 1992, de cunho religioso; construção de um muro entre as populações por parte de Israel, em 2004.

Enquanto isso, conflitos internos na Palestina sacudiam a organização do país. Em 2006, o Hamas vence as eleições e passa a atirar mísseis em Israel. Ao mesmo tempo, americanos e judeus desconsideram o resultado da eleição por julgarem os vencedores terroristas e contra atacam. Porém, com auxílio do Hezbollah, os radicais saem vitoriosos. Um ano mais tarde, o Hamas aplica o golpe sobre Fatah – grupo laico político palestino – e assume Gaza. Enquanto isso, o Fatah mantém o controle da Cisjordânia e passa a estreitar relações com Israel.
Desta vez, o combate está centralizado sobre o fechamento de uma passagem subterrânea por Israel, a qual servia de acesso do Hamas a armas vindas do Egito, com a finalidade, provavelmente, de ataque ao judeus.

No entanto, apesar da luta ser "compreensível", a ofensiva israelense atua com extrema violência e hostilidade contra milhões de civis, em um espaço de direito quase universal, em virtude da ligação sagrada que parte das religiões mundiais têm com o local. Os judeus possuem um exército extremamente qualificado e bem armado, com inteligência avançada etc.; assim, porque avançar sobre os citadinos, já oprimidos pela miséria da região? É verdade que os líderes “terroristas” do Hamas, financiados pelos patronos da Síria e Irã, se escondem dentro da população. Mas, e a inteligência tão discutida, tão ostentada?


O combate contra o Hamas, que argumenta defender os direitos palestinos, deve ocorrer de outra forma! Que os judeus convoquem os europeus, os sul-americanos, asiáticos, e discutam tal ação, de maneira diplomática, de modo que tais negociações garantam um novo posicionamento entre os envolvidos; mas que não conversem com os Estados Unidos, os quais só sabem disparar mísseis, bombas e que, inclusive, foram os únicos a votar contra a Resolução de cessar fogo proposta pela ONU.

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