segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Municípios brasileiros...

A pesquisa realizada pela ONG “Transparência Municipal” a respeito do perfil dos prefeitos (as) eleitos (as) em 2008 que assumiram e/ou reassumiram suas respectivas prefeituras em 1º de janeiro de 2009, revelou dados interessantes. Dos mais de 5.563 prefeitos (as) que foram empossados (as), 514, ou 9,24% destes, não possuem o ensino fundamental concluído.

Segundo a mesma pesquisa, a maioria destes indivíduos ocupará o cargo em municípios de até 5.000 habitantes, o que revela, ao mesmo tempo, que quanto maior o município, maior a necessidade e grau de instrução daquele que lá quiser palpitar.

Por isso, nosso esforçado presidente é uma rara exceção.

O desânimo também se reflete em relação à participação feminina. Apenas 8,99% de mulheres ocuparão tais cargos entre 2009 e 2012.

Tais dados, inegavelmente, revelam a existência de inúmeros paralelos acerca do processo eleitoral brasileiro e mundial: desde as primeiras organizações sociais de que se têm informações, as “repartições públicas” destinadas à gerência das cidades estado, eram coordenadas por homens. E, no século XXI, ainda são reais os resquícios comportamentais desiguais de milhares de anos. São os partidos que não cedem espaço, é a mídia que não apóia, são os eleitores que desconfiam...

Quanto ao nível de instrução dos eleitos, ou o candidato “burro” não se atreve a ingressar em uma grande cidade, ou o “inteligente” é arrogante o suficiente para não concorrer a um pequeno município brasileiro. Todos querem os grandes orçamentos e flashes oriundos dos maiores municípios, em contrapartida do esquecimento e obscuridade “caipira”. Contudo, eles não sabem, ou fingem não saber, que as reformas começam por baixo, por onde é mais fácil, justamente pela razão do problema ser mais superficial.

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