segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Eleições venezuelanas...



As eleições regionais (Estados e Perefeituras) ocorridas neste domingo (23/11), na Venezuela, mantiveram o governo chavista através do recém proclamado Partido Socialista Unido da Venezuela com ampla maioria na composição do governo, quando venceram em 17 dos 22 Estados e puderam conservar o projeto e hegemonia no processo revolucionário bolivariano. No entanto, a oposição manteve presença representativa, pois venceu nos principais e mais ricos Estados do país, Zulia e Miranda, além de conseguir o pleito na prefeitura de Caracas – certamente a maior derrota da situação. Segundo especialistas, apesar do avanço “vermelho” no país, em virtude do acréscimo de 1,5 milhões de votos a mais em relação à última eleição, a oposição conquistou pontos fundamentais quanto às eleições futuras, pois governarão 6,6 milhões de indivíduos, correspondentes à população dos principais centros econômicos do país. De qualquer forma, os vitoriosos oposicionistas, em seus respectivos discursos de vitória, prometeram adotar, ao menos a princípio, um diálogo conciliador com o governo, pois em sua oratória pós apurações, Chávez reconheceu a derrota e pediu diplomacia e respeito para com a Constituição em vigor. "Quero felicitar os triunfadores dos partidos de oposição. Eu reconheço sua vitória e faço um chamado ao mais alto compromisso democrático".


Igualmente significativa, foi a participação popular, a qual representou, Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), recorde votações, 65,45%, a maior desde a reforma constituinte promovida por Chávez, quando impediu a obrigatoriedade do sufrágio. Porquanto, Chávez diz que a participação em massa da população derruba as teses de alguns, dentro e fora do país, que há uma ditadura na Venezuela: “Quem diz que há uma ditadura aqui? Peço que os opositores ouçam a razão e reconheçam que nós respeitamos a vontade popular”.



Contudo, a oposição acusa o governo Chávez pela utilização indevida dos meios de comunicação estatais, os quais supostamente teriam propagado o ideal governista. Na contramão, a situação diz que o “desequilíbrio informativo” ocorreu demasiadamente no lado oposto, ou seja, na imprensa privada, acusada de atuação em prol à oposição. Desse modo, CNE anunciou a abertura de uma averiguação junto às emissoras envolvidas, por hipoteticamente terem violado a lei de propaganda.

Entretanto, vale destaque a iniciativa quanto ao impedimento da divulgação em massa de resultados de boca-de-urna, os quais foram impedidos por determinação presidencial. Considero tal resolução vigorosa pela razão de significar um obstáculo à manipulação da população, para ambas correntes políticas, já que a postura dos meios de comunicação venezuelanos é evidente e partidária.

De todo modo, todos ganham com a mais recente eleição venezuelana. A situação, estreante da nova organização política, o Partido Socialista Unido da Venezuela, o qual, a partir da divulgação dos resultados, foi capaz de se autoproclamar como a “primeira força política venezuelana”; e a oposição, em virtude de ter triplicado o número de suas participações políticas no país, principalmente pelo controle da capital Caracas. Todavia, torço daqui pela manutenção do processo de erradicação da miséria, pobreza e desigualdade social existente na Venezuela. Tenho informações seguras, apesar de não divulgadas pela mídia brasileira (GLOBO) e internacional, que o analfabetismo está dissolvido pela reformulação educacional desenvolvida pelo governo, que propõe a democratização do cabedal moral e intelectual da sofrida população venezuelana. No entanto, certamente ainda há muito que fazer. Por isso, estou ao lado do povo, sedento pelo alcance das conquistas sociais há muito atrasadas!

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