terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Papai Noel às avessas?




O anúncio de Ronaldo Nazário, o “Fenômeno”, agora a pouco, como o mais novo reforço do Corinthians, certamente representará a principal atração do futebol brasileiro da temporada 09. Este clube que tem, inexplicavelmente, a mania de atrair para si os holofotes da imprensa, pois, em relação a 2008, quando esteve rebaixado à Série B, conquistou, paradoxalmente, o maior contrato de patrocínio de camisas do Brasil e figurou nas tardes globais para a praça paulistana, algo inédito até então.
Segundo o vice-diretor de Marketing do Corinthians, Luís Paulo Rosemberg, Ronaldo “quer a Copa do Mundo de 2010. Se quisesse só dinheiro iria para o Manchester City ou para o mundo árabe, onde as ofertas são estratosféricas. Se quisesse só gozar a vida, ficaria no Flamengo, com as maravilhas do Rio. Mas está disposto a abrir mão de grana e de mostrar que quer voltar para valer. E conosco, pode escrever. Sim, aqui têm um bando de loucos, mas, repito, pode escrever".

As possibilidades de ganho de dinheiro em virtude de uma ligação direta com a marca “Fenômeno” são enormes. Camisas numeradas a 9 venderão em demasia, representando até 85% do público nos estádios em que o Corinthians jogará, os quais certamente ficarão lotados; fácil aquisição de um novo patrocinador de camisas; ampliação da marca Corinthians para o restante do mundo, já que toda a imprensa mundial cobrirá o retorno aos gramados de um dos mais populares jogadores de futebol e, em conseqüência deste, até a conquista do mercado asiático, onde Ronaldo é tão popular quanto os joguinhos virtuais.

O fato é que, o Marketing futebolístico é visto, por boa parte dos incompetentes cartolas tupiniquins, como fim, e não como meio. Em que condição estaria Ronaldo? Sabemos que o “Fenômeno” está parado desde fevereiro/08, quando, em uma partida válida pelo campeonato italiano, jogando pelo Milan, rompeu os ligamentos do joelho. De lá pra cá, notícias de confusão com travestis e festas em alto mar, só. Sua condição física, apesar de aparentemente debilitada, foi considerada satisfatória pelo médico corintiano Joaquim Grava. No entanto, Ronaldo, se vier a voltar a jogar futebol com qualidade, mesmo que não fique próximo do nível que já jogou, no Brasil, onde os jogadores, em média, são muito ruins, poderá até, quem sabe, retornar à seleção.

Do outro lado, os flamenguistas estão irritadíssimos, se sentindo traídos, pela razão de Ronaldo, muitas vezes, declarar-se rubro-negro, vestir o uniforme e discursar que adoraria encerrar a carreira pelo clube da Gávea. Esse é o mundo do futebol, onde não há espaço para a paixão, que cada vez mais está restrita às arquibancadas.

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